Para reconhecer o outro na sua condição de pessoa.
Não é preciso que ele veja o mundo como você vê
Nem que distingua formas, rostos e cores com o olhar.
Mas é preciso vê-lo acreditando que ele é capaz de enxergar de outro jeito,
Mesmo que seus olhos não possam ver,
Porque não ver não é impedimento para enxergar o mundo.
Não é preciso que ele escute os sons e as vozes que você escutaNão é preciso que ele veja o mundo como você vê
Nem que distingua formas, rostos e cores com o olhar.
Mas é preciso vê-lo acreditando que ele é capaz de enxergar de outro jeito,
Mesmo que seus olhos não possam ver,
Porque não ver não é impedimento para enxergar o mundo.
Nem que fale assim como é mais comum falar.
Mas é preciso escutá-lo com a atenção de quem sabe ouvir o que também dizem mãos, olhos e gestos.
Mesmo que ele não ouça, nem pronuncie uma só palavra.
Porque não ouvir não é impedimento para escutar a vida.
Não é preciso que ande com os próprios pés como você anda
Nem que use as mãos para tocar o mundo e acenar.
Mas é preciso caminhar lado a lado, sabendo que ele tem o domínio do seu passo,
Mesmo que não tenha o domínio de seus pés, braços, mãos e corpo,
Porque não andar não é impedimento para caminhar no mundo.
Não é preciso que compreenda tudo rápido como você compreende
Nem que na pressa e na urgência dos outros deva se enquadrar.
Mas é preciso compreender e alcançar o ritmo do seu pensamento e o sentido do seu gesto.
Mesmo que ele seja mais lento e exija mais proximidade, mais atenção e mais ternura.
Porque compreender devagar não é impedimento para aprender ou para compreender a vida.
Para reconhecer o outro na sua condição de pessoa,
Mais que de olhos que vejam,
Mais que de ouvidos que escutem,
Mais que de pernas que andem,
Mais que de inteligência que se escravize à rapidez,
Precisamos de coração e mente livres para vê-lo, ouvi-lo, seguir seu passo, compreendê-lo e respeitá-lo
No seu direito à igualdade – porque pessoa;
No seu direito à diferença – porque único e singular como todo ser humano.
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