''Antes de ensinar a conhecida Oração Dominical, popularmente conhecida como Pai Nosso, Jesus resolveu “dar o seu ao seu dono”. Isto é, o Mestre nos ensinou que os resultados positivos da oração não dependem do poder humano, mas do poder da graça divina. Criticando os “pagãos”, Jesus declarou: “Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem” (Mateus 6:8). O problema da absoluta soberania de Deus nunca foi considerado “problema”, pelos escritores bíblicos. Teólogos e filósofos humanos, escandalizados pelo fato de que a Bíblia não reduz a realidade do Senhor às limitações da lógica humana, sentiram-se na obrigação de ridicularizar o papel da “fé”. Foi preciso a força da redação de um jovem dinamarquês para que o debate sobre a “graça de Deus” se libertasse das amarras racionalistas do Ocidente. A postura do “salto da fé”, proclamada por Kierkegaard, conseguiu nos demonstrar que Deus é uma questão de coração e, não, de cérebro. Aí, a pergunta provocante, existencial, passou a ser: “Bem, se Deus sabe aquilo de que nós precisamos, antes até de o pedirmos, então, para que orar?”. Porque orar nunca deveria ser um desmoralizante lista de petições. Orar é comungar com Deus, reconhecendo-o como “Pai nosso que estás nos céus”. Há um limite para comer “o pão nosso de cada dia”. Na Oração Dominical não há limite para pedirmos a comunhão amorosa com o Pai, “assim na Terra, como nos Céus”. No fundo, no fundo, para que pedir se temos, na prática da oração, a prática do amor?''(Pastor Olavo Feijó)
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